Lisboa_Monsanto_-_Rota_da_Água Senderismo en Barcal a Moinho das Três Cruzes (Lisboa)

7.53 Km 161 m
33

Altitude

Os últimos dias do Outono, uma daquelas manhãs calmas, amenas, o sol dourado, pouco acima do horizonte, espreitando por entre as árvores.

Não havendo tempo para ir mais longe, e estando fora de questão ficar em casa, a opção foi a de vir percorrer um dos trajectos sinalizados em Monsanto.

Iniciamos esta Rota da Água junto do Centro de Interpretação, mas ela passa em vários outros parques de estacionamento que sinalizei, pelo que é fácil começar em outros pontos.

O nome do percurso vem do facto de numa significativa extensão ele acompanhar o Aqueduto das Águas Livres e as suas câmaras de visita / respiradouros.

A Água

Lisboa não era particularmente bem servida de água potável. É certo que se espraiava junto a um grande rio, mas a boca do Tejo é tão larga que as águas do Oceano se misturam com as do rio até longa distância terra adentro, contaminando-a com o seu sal.

Quando a urbe se expandiu e saltou a cerca medieval o problema agravou-se, a pouca água que estava disponível no bairro de Alfama não bastava para tantos.

Em finais do século XVI começa a tomar forma a ideia de tirar proveito da herança Romana, que já tinham passado pelo mesmo muitos séculos antes. Os vestígios do aqueduto que eles tinham construído ainda eram visíveis, obra hidráulica que trazia água da serra da Carregueira, onde nasce a Ribeira de Carenque, para a grande Olissipo.

Mas... estamos em Portugal, não é?

Foi só em inícios do século XVIII que foi criado um imposto sobre a carne, vinho, azeite e outros alimentos que permitiu financiar a obra inspirada no grande Império.

Dom João V nomeou António Canevari, arquitecto italiano, o Coronel Engenheiro Manuel da Maia (que mais tarde acumula as funções de Canevari)e João Frederico Ludovice, arquitecto alemão, responsável também pelo Convento de Mafra.

Depois de muitas peripécias e substituições de dirigentes o aqueduto entra finalmente em serviço poucos anos depois, em 1748, fornecendo diariamente 1300m³ de água.

A demanda não cessa, e muitos tributários vão sendo construídos, contribuindo para o aumento do débito. O aqueduto acaba totalizando mais de 58km de extensão de condutas, e a rede de distribuição desde o "cálice" de recolha, a Mãe de Água das Amoreiras, até aos muitos chafarizes que iam nascendo pela cidade continuou a crescer nos anos seguintes.

O Pão

Nem só de água vive o Homem... a Rota da Água leva-nos também a lembrar que o pão é essencial :)

O Parque Florestal que hoje conhecemos é recente: antes de Duarte Pacheco em 1934 ter finalmente promulgado o Decreto que previa a criação do Parque Florestal, toda esta zona era ocupada por pastagens e searas que alimentavam de grão a grande capital, que no tempo do terramoto já contava com 200 000 habitantes - searas que continuavam pela zona "saloia" adentro.

Mas havia que moer o cereal, para se poder fazer o pão, e de preferência perto do local da sua produção, e os moinhos proliferavam: nesta zona de Monsanto / Ajuda chegaram a totalizar 83 no princípio do século XX.

Alguns foram recuperados e adaptados a casas de habitação ou de ferramentas, e hoje apenas restam o Moinho do Casalinho da Ajuda, Moinhos de Santana (2), Caramão da Ajuda (2), Casal das Freiras, Moinho do Forte, Moinho do Penedo/Alferes, Moinho do Mocho, Moinho do Calhau (Três Cruzes) e o Moinho de Caselas.

Pois esse é outro do pontos de interesse do nosso percurso, o moinho das Três Cruzes, ou melhor, o que resta dele, erigido no século XVIII. Este é, para além do moinho, menos conhecido que outros do Parque, um excelente miradouro sobre a cidade, vale a pena determo-nos ali um pouquinho.

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Statistics

Distance
7.53 Km
Ascent
161 m
Descent
162 m

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